A Umbanda

Observação: Desde já avisamos que as opiniões, rezas, cantos e demais detalhes da religião sempre irão variar de casa para casa, então solicitamos sua compreensão e, caso perceba um desacordo, entre em contato conosco para sempre nos aperfeiçoamos.

Nascimento

Em 1908, o jovem Zélio Ferdinando de Morais estava com 17 anos e havia concluído o equivalente ao 2º grau.

Se preparava para ingressar na Escola Naval quando alguns fatos estranhos começaram a acontecer.

 

Algumas vezes ele assumia a postura de um velho, falando coisas aparentemente desconexas, como se fosse outra pessoa e houvesse vivido em outra época, e em outras vezes se parecia com uma pessoa que conhecia os segredos das plantas e dos animais. Estes fatos logo chamaram a atenção da família, principalmente pelo ingresso na Marinha. Os “ataques” se repetiam com mais intensidade, e recorreu-se ao médico Epaminondas de Morais, também da família e diretor do hospício de Vargem Grande.

 

 

Após examinar e observar Zélio por vários dias, encaminhou-o à família dizendo que a loucura não se enquadrava em nada que ele conhecia, ponderando ainda o encaminhamento a um padre, pois o garoto parecia estar endemoniado. Como na maioria das famílias ricas da época, havia um padre católico na família. Através deste sacerdote foi realizado um exorcismo para livrá-lo daqueles “ataques”. Mas nem este nem outros dois exorcismos conseguiram dar à família Morais o tão desejado sossego. A partir daí a família passou a procurar toda e qualquer informação que trouxesse esperança de melhora.

 

 

Um dia alguém sugeriu que isso poderia ser mediunidade, e que seria melhor encaminhá-lo para a recém fundada Federação Kardecista de Niterói, presidida pelo Sr. José de Souza, chefe de um departamento da Marinha. Zélio foi conduzido no dia 14 de novembro de 1908 ao Sr. José de Souza, médium vidente que interpelou o espírito manifestado no jovem, sendo este o aproximado diálogo:

José: Quem é você que ocupa o corpo deste jovem ?

Espírito: Sou apenas um caboclo brasileiro, e esta faltando algo nesta mesa, o mesmo se levantou e apanhou uma rosa que se encontrava próxima e a colocou ao centro da mesa.

J: Você se identifica como caboclo, mas o vejo em vestes clericais (de padre)

E: O que vê em mim são restos de uma existência anterior. Fui padre, meu nome era Gabriel Malagrida e acusado de bruxaria fui sacrificado na fogueira da Inquisição por prever o terremoto que destruiu Lisboa em 1755. Mas em minha última encarnação Deus me deu o privilégio de nascer como caboclo brasileiro.

J: Qual seu nome ?

E: Se é preciso que tenha um nome, digam que sou Caboclo das Sete Encruzilhadas, pois para mim não existirão caminhos fechados. Venho trazer a Umbanda, uma religião que harmonizará as famílias e que há de perdurar até o final dos séculos.

No desenrolar desta entrevista, José de Souza teria perguntado se já não haviam religiões suficientes, citando o espiritismo já praticado. A resposta: “Deus, em sua infinita bondade estabeleceu na morte o grande nivelador universal. Mas vocês, não contentes em estabelecer diferenças entre os vivos, querem levar isso além da barreira da morte (na época só se manifestavam em sessões espíritas do Kardecismo aqueles que eram letrados em vida, enquanto entre os negros, somente a louvação ao orixá, sendo qualquer outra manifestação de incorporação tido esta entidade ou orixá como EGUN para as religiões africanas). Porque não podem nos visitar os humildes trabalhadores do espaço, mesmo não sendo pessoas importantes na Terra ? Porque não aos caboclos e aos pretos velhos ? Acaso eles não foram filhos do mesmo Deus ?”

A seguir fez várias revelações, confirmadas (incluindo a Segunda Guerra Mundial e a Bomba de Hiroshima). Seguiu dizendo: “Na casa onde mora meu aparelho haverá uma mesa posta, e toda entidade que queira ou precise manifestar-se, independente do que foi em vida, será ouvida, e aprenderemos com os que souberem mais, e ensinaremos àqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas pois esta é a Vontade do Pai!.

 

 

Desta forma, em São Gonçalo das Neves perto de Niterói, na sala de jantar da família Morais, um grupo de curiosos kardecistas compareceram para ver como seriam estas incorporações, para eles indesejáveis e injustificáveis. A primeira entidade a vir em terra foi Pai Antônio, preto velho que havia sido escravo. Esta entidade parecia tão pouco à vontade que despertou um profundo sentimento de compaixão dos presentes. Perguntado porque não se sentava à mesa, respondeu: “Nego não senta não, meu sinhô, fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco i nego deve arrespeitá”. Quando os presentes muito insistiram, ele disse: “Num carece preocupá não, nego fica no toco que é lugar de nego”. Ante a humildade de tão iluminada entidade, perguntaram se ele sentia falta de algo que havia deixado na Terra, e ele respondeu: “Minha cachimba, nego quê o pito que deixou no toco… manda moleque buscá”, e no trabalho seguinte vários cachimbos foram levados à sessão.

 

E assim, no dia 15 de novembro de 1908, na tenda Nossa Senhora da Piedade em Niterói Rio de Janeiro, por um preto velho escravo foi fundada nossa religião, fundamentada nas bases do Amor, Caridade e Humildade.

 

Retirado do Livro “Umbanda, a Magia da Paz”

Sincretismo

Quando os africanos chegaram ao Brasil, na condição de povo dominado, ou escravizado, pelo regime português, encontraram aqui os jesuítas e foram obrigados a praticar o catolicismo. Como possuíam um culto próprio, o Candomblé, sincretizaram através das imagens dos santos da Igreja Católica os Orishás do Candomblé. Tal prática ficou tão intimamente ligada aos nossos costumes que nos dias de hoje quase não conseguimos separar uma coisa da outra, tão grande foi o período desse sincretismo, ou modo de dar continuidade aos cultos negros, tendo esse sincretismo religioso não só atingindo o Candomblé, como a própria Umbanda.

 

Salientamos que embora haja o sincretismo na Umbando com os Orixas do Camdomblé, a grande diferença desta para o Camdomblé, é que os cantos na Umbando são em português, e o Camdomblé usa a lingua “YORUBA” para louvar os Orixás.

Assimilando as virtudes e características dos Santos Católicos aos próprios santos de seus cultos, assim ficou caracterizado:

  • Ogum: São Jorge*(Senhor da Gerra)

  • Oxossi: São Sebastião*(Senhor da Caça e da Fartura)

  • Obaluaê: São Roque (Senhor da Doença)

  • Omolu: São Lázaro (Senhor das Almas)

  • Oxum: Nossa Senhora da Conceição Aparecida (Senhora das Águas Doces)

  • Iemanjá: Nossa Senhora dos Navegantes*(Senhora das Águas do Mar)

  • Iansã: Santa Bárbara (Senhora dos Ventos)

  • Nanã: Santa Ana (Mãe de Todos)

  • Xangô: São Jerônimo (Senhor da Justiça)

  • Oxalá: Menino Jesus (Jesus Cristo)

 

* Dependendo da regionalização, Oxossi é considerado São Jorge e Ogum Santo Antonio, principalmente no Rio de Janeiro e Bahia. Iemanjá também é louvada como Nossa Senhora das Candeias, como citado anteriormente, dependendo da regionalização.

 

Aproveitando-se do espaço, segue abaixo uma lista com o sincretismo dos outros santos que compõe o Candomblé, não sendo estes cultuados dentro da Umbanda.

  • Oshumarê: São Bartolomeu (Não é cultuado na Umbanda)

  • Iroko: São Francisco (Não é cultuado na Umbanda)

  • Logun-Odé: Santo Expedito ou São Miguel Arcanjo (Não é cultuado na Umbanda)

  • Obá: Santa Joana D´Arc (Não é cultuado na Umbanda)

  • Ewá: Santa Luzia (Não é cultuado na Umbanda)

  • Oshalaguian: Menino Jesus (Não é cultuado na Umbanda)

  • Oshalufan: Jesus Cristo (Não é cultuado na Umbanda)

  • Oxalá, Oshalaguian e Oshalufan, é representado pelas fases de vida de Jesus Cristo.

Não está aqui no sincretismo o nome de ZAMBI, que na Umbanda é Deus, o criador de tudo, e Oxalá que é seu filho, vale lembrar também que embora haja Orixás não cultuados na Umbanda, os mesmos estão em outras linhas (Santa Joana D’Arc é uma linha de Iansã)

Festas

Esta casa mantém como festas comemorativas na Umbanda:

  • Festa da cigana Rosa Funda – 07 de fevereiro

  • Festa da Pombo Gira Franchesca – 27 de fevereiro

  • Festa de Ogum e do Caboclo Pisa N’Areia – 21 de abril

  • Festa dos Pretos Velho – 13 de maio

  • Festa do Exu Asa Negra – 24 de junho

  • Festa em Louvor a São Cosme, São Damião e Doun – Penúltimo domingo do mês de setembro

 

As festas comemorativas do Candomblé são:

  • Junho – Festa do Ogum

  • Outubro – Ipeté da Oxum.

 

Homenagens e outros eventos:

  • 26/05/2011 – Prêmio Mamaetu Namboazaze recebido por Iyalorixá Nathalia de Oxum na Assembléia Legislativa do Estado de São Paulo

  • 11/08/2011 – Comenda Tata Pérsio de Ayra recebido pelo Babalaô Raul Pacheco na Assembléia Legislativa do estado de São Paulo

Cantos

Neste bloco temos o Hino a Umbanda, onde mostramos como surgiu, e a cada orixá, procuramos mostrar sua saudação, suas particularidades e outras informações, lembrando que isto é o aplicado por esta e muitas casas, se houver alguma discordância, pedimos desculpas e contamos com a compreensão de todos. Se você tiver algum ponto, ou mesmo alguma sugestão ou comentário desta página, pedimos que por favor nos contate, clicando aqui você será direcionado para um e-mail com o assunto Novos Pontos e estaremos prontos para ouvir e comentarmos quaisquer interpretação, bem como acrescentar os pontos enviados a este.

Este hino por muitos conhecido, cantado ou até mesmo escutado, é uma canção que fala em amor e paz, nos estremece o fundo da alma em emoções que infelizmente muitos desconhecem sua origem. Por este motivo vamos falar sobre como surgiu esta obra prima.

O Hino da Umbanda foi composto na década de 60, por José Manoel Alves, um cego que em busca de sua cura foi procurar a ajuda do Caboclo das Sete Encruzilhadas. Embora não tenha conseguido a cura por ser sua cegueira cármica, ficou apaixonado pela religião e escreveu uma canção para mostrar que poderia ver o mundo e nossa religião de outra maneira. Apresentou a composição ao Caboclo das Sete Encruzilhadas que gostou tanto que resolveu apresentá-la como Hino da Umbanda, o qual em 1961, no 2º Congresso de Umbanda, foi oficializado para todo o Brasil, a letra foi musicada por Dalmo da Trindade Reis.

É importante saber que em sinal de amor e respeito pela religião coloca-se a mão direita sobre o peito e na ultima estrofe, retira-se a mão do peito e ergue emitindo a luz que emana de nossa força mediúnica e que, como para qualquer hino, não se deve bater palmas ao final de sua execução, as palmas acontecem quando saudamos a Umbanda.

 

Refletiu a Luz Divina

Com todo seu esplendor

É do Reino de Oxalá

Onde há paz e amor.

Luz que refletiu na terra

Luz que refletiu no mar

Luz que veio de Aruanda

Para tudo Iluminar.

A Umbanda é paz e amor,

É um mundo cheio de luz,

É a força que nos da vida

E a grandeza nos conduz.

Avante filhos de fé,

Como a nossa lei não há,

Levando ao mundo inteiro

A bandeira de Oxalá!

Zambi é o Orixá maior na Umbanda que é o Deus Supremo criador do céu e da Terra é o Pai de Jesus (Oxalá); na Umbanda diferentemente do Candomblé não há incorporação ou mesmo filho deste orixá, sua cor é o branco, sua saudação é com o braço esquerdo curvado às costas e o direito levantado e a mão aberta e ao dizer “Salve Zambi”, responde-se “Zambi hé meu Pai”.
Foi Zambi quem criou o mundo

o ele pode governar

Foi Zambi quem criou

As estrelas que iluminam A Umbanda e todos os Orixás Ôke, ôke, ôke Ôke meus caboclos Okê

Quem quiser chegar a Zambi

Tem que ser da nossa Umbanda

Tratar sempre com respeito

Todo o povo de Aruanda

A casa de Zambi é grande,

para todos têm lugar

Suas portas estão abertas

Para quem quiser entrar

Entrando no Templo de Umbanda

Com todo respeito faça suas preces

Concentre o seu pensamento

nas forças divinas em frente ao Congar

Não mexa em coisas sagradas

Respeite a Umbanda de Pai Oxalá

Ô Salve Pemba, Também salve a toalha

Salve a coroa e de nosso Zambi é maior

Tem Pena dele Zambi, tenha dó

Ele é seu filho, Zambi tenha dó

Oxalá (Jesus) é o filho de Zambi (Deus), o segundo maior orixá da Umbanda, e também como Zambi, não há sua incorporação ou mesmo filhos deste orixá como no candomblé, que possui, duas diferentes identificações para Oxalá, ou seja Oxalá moço e guerreiro (Oxaguiã) e Oxalá velho (Oxalufã), sua saudação é com o braço esquerdo curvado às costas e o direito levantado e a mão aberta e ao dizer “Salve Oxalá”, responde-se “Oxalá hé meu Pai”.

Oxalá meu pai,

Tenha pena de nós tenha dó

Se as voltas do mundo é grande

Seus poderes são maiores

Com maleme ê

Com maleme á

Com maleme salve

As pembas de Oxalá

Ó linda jornada Oxalá nos ordenou

Faça alegria aos homens, cantando o hino do amor

Eles vem revoando e os caboclos acenando

Cantem com muita alegria hoje e sempre todo o dia

Pombinho branco, mensageiro de Oxalá

Vai, leva essa mensagem

Ao meu Jesus de coração

E diz que somos soldados de Umbanda

que marchando em seu calvário

carregando a nossa cruz.

Meu pai, caminhai com nós agora

Somos seus filhos pequeninos

A nossa missão é tão grande

O valei-nos Nossa Senhora

O valei-nos Jesus Menino

Oxalá andou, andou o mundo inteiro

Foi pedir licença a Zambi

Pra abençoar nosso terreiro

Ô da licença meu pai Oxalá Ô da licença minha mãe Yemanjá Meu pai é o rei do céu Minha mãe é a rainha do mar

Abre a porta gente

Que aí vem Jesus

Ele vem cansado com o peso da cruz

Vem de porta em porta

Vem de rua em rua

Carregando a cruz sem culpa nenhuma

Jesus Cristo é nosso pai (Aruê aruá)

É filho da Virgem Maria (Aruê aruá)

E lá do alto do calvário (Aruê aruá)

É a estrela que nos guia (Aruê aruá)

Passando em Nazaré

Aonde Cristo abençoou suas ovelhas

Olhai Senhor por aqueles que ficou

Olhai Senhor

Pelo tempo que passou em Nazaré

Sexta-feira visto o branco em louvor a Oxalá

Valei-me Senhor do Bonfim

Valei-me meu Orixá

Orixalá

Orixalá, venha comigo irmão

Vamos juntos louvar o Senhor do Bonfim

É o nosso pai Oxalá

Vamos juntos louvar no dialeto Nagô

Venha vestido de branco

Louvar o nosso senhor

Oxaguiã, Oxalufan, Babalaô, Orixalá aê

Oxaguiã, Oxalufan, Oxalufan, Oxaguiã,

Orixalá babá aê

Quem pode mais

Quem pode mais

É Deus!

Jesus, Maria e José

Oxalá Mimi…

Oxalá Guia

Oxalá Oxalá Mi…

Oxalá Mi

Ofila la leuo

Ileleua o Babá lá e ô

Ileleua

Oxaladin dindin Oxalá

Oxalá Guia

Oxalá hó meu pai

O que mais posso lhe dar

Se sou filho de Umbanda

E a caridade eu vim prestar

Oxaladin dindin Oxalá Oxalá Guia

Ogum é representado por São Jorge, e na Bahia é representado por São Sebastião quem abre caminhos e nos defende contra os inimigos visíveis e invisíveis, sua saudação e com o braço esquerdo curvado as costas e batendo com o direto no peito com a mão fechada, e ao dizer “Salve Ogum” respondemos “Ogum Nhê meu pai”.

Se a sua espada é de ouro

Sua coroa é de rei

Ogum é Tatá na Umbanda

Corre a gira no Congo

Ogum Nhê!

Bandeira branca é de Ogum

Está exposta lá no Maitá

Ogum é general da Umbanda

Ogum vence demanda em qualquer lugar

Lá vem Ogum, em seu cavalo

Com sua lança, sua espada na mão

Se o campo é largo deixa correr

Vamos saravar Ogum Megê

Ele é sentinela de Oxum

É remador de Yemanjá

Beira-Mar auê Beira-Mar

Beira-Mar auê Beira-Mar

Ronda, ronda, rondador

Se Ogum é de ronda ele vem rondar

Se ele é de ronda, ele vem rondar

Se ele é de ronda, ele vem rondar,

Ogum chegou aqui neste casuá

Seu Ogum Beira-Mar o que trouxe do mar

 Seu Ogum Beira-Mar o que trouxe do mar

Quando ele vem, beirando areia

Vem trazendo no braço direito o rosário

de Mamãe Sereia

Estava em alto mar (em alto mar)

Eu vi, eu vi mamãe sereia Sereia é que vinha navegando

Ogum Beira-Mar é que vinha remando

Ogum ele tem três bandeiras

Uma branca, outra azul e a outra vermelha

A branca é a bandeira da paz

Vermelha é a bandeira da guerra

Azul a bandeira Azul é a bandeira do mar

É madrugada pra cada um

Olha Alvorada que ai vem Ogum

Seu Ogum Iará, a benção meu pai

Quem é filho de Ogum

Roda, balança e não cai

Ai vem três cavaleiros

Deixa vim que eu quero ver

Um é Ogum Iará

Ogum Rompe Mato e Ogum Megê

Um cavaleiro bateu em minha porta

Eu passei a mão na pemba

Para ver quem era

Era São Jorge guerreiro minha gente

Cavaleiro da força e da fé

A primeira espada quem ganhou foi ele

A primeira espada quem ganhou foi ele

Ele é, ele é Ogum Megê

Ele veio de Aruanda pra seus filhos proteger

Por entre matas, entre mares e terras

Eu entendi o que meu pai quis me dizer

Que Ogum não devia beber

Ogum não devia fumar

Mas a fumaça é a nuvem que passa

e a cerveja é espuma do mar

Jangadeiro Jangadeiro

Jangadeiro vem remar

Ele é o timoneiro da nossa mãe Yemanjá

Ele veio de Aruandá,

Ele veio Saravá, vem com a Mamãe Sereia

É o nosso pai Seu Beira-Mar

Oh Salve Ogum Mege, Ogum Rompe Mato

Ogum Naruê,

Eles trabalham na areia,

Eles trabalham no mar,

Eles trabalham no sol e na lua

Eles são filhos de pai Oxalá

Que cavaleiro é aquele

Que vem cavalgando de Norte a Sul

É seu Ogum Matinatá

Ele é defensor do Cruzeiro do Sul

Pata Kori Olê Olê, Pata Kori Olá Olá

Salve seu Matinatá da sete estrelas de prata

Eu me perdi meu pai, eu me perdi

Foi lá nas matas da Jurema eu me perdi

Eu encontrei seu Rompe Mato eu encontrei

E lá nas matas da Jurema eu saravei

Nas matas da Jurema eu saravei

Seu Rompe Mato, Ogum Iará Ogum de Lei

Chegando nas ondas do mar eu saravei

Seu Beira-Mar Ogum Marinho Ogum Megê

Pisa na linha de Umbanda que eu quero ver

Ogum Sete Ondas

Pisa na linha de Umbanda que eu quero ver

Ogum Beira-Mar

Pisa na linha de Umbanda que eu quero ver

Ogum Iará Ogum Megê

Olha banda Ogum Nhê

Da onde vem Ogum Marinho?

Da onde vem Ogum Marinho?

Venho das ondas, venho das ondas do mar

Venho das ondas

Com a cruz de Deus na frente

Ele venceu e vencerá

Me ajude Ogum Marinho

Nessas batalhas reais

Meu pai Ogum Megê,

Ogum Megê, Ogum Megê

Sou filho de Ogum neto de Obaluaê

Mas quem abre os caminhos

É o senhor Ogum

É o senhor Ogum, é o senhor Ogum

Ogum de Lei

Não me deixe sofrer tanto assim meu pai

Ogum de Lei

Não me deixe sofrer tanto assim meu pai

Quando eu morrer vou passar pela Aruanda

Vou pedir a Ogum

Para salvar filhos de Umbanda

Eu vi Yemanjá, nas ondas do mar

Meu pai Ogum, lá no Maitá

Pisa N´areia que é o chefe do Congar,

Olhai seus filhos para não tombar

Pisa N´areia que é o chefe do Congar,

Olhai seus filhos para não tombar

Ogum Beira-Mar, Ogum Beira-Mar

De sua proteção, venha me ajudar

Eu chamei Ogum

Ogum atendeu, pedi proteção

Ogum deu

Ogum Beira-Mar, Ogum Beira-Mar

De sua proteção, venha me ajudar

E Ogum é nosso pai, Oxum é nossa mãe

Nos cubram de Axé e de proteção

Ogum Beira-Mar, Ogum Beira-Mar

De sua proteção, venha me ajudar

Ogum em seu cavalo corre

E a sua espada reluz

Ogum, Ogum Megê,

sua bandeira cobre os filhos de Jesus

Ogum Nhê!

Na alta da Romaria,

eu vi um cavaleiro de ronda

Trazia um escudo no braço

E uma lança na mão

Ogum venceu a guerra

E matou o dragão

Ele veio, ele veio, ele veio

Ele veio das ondas do mar

É Ogum Marinho das ondas

Ele veio para nos ajudar

Cada graça que o filho recebe

Tem sempre que agradecer

A Ogum Marinho das ondas

Que está sempre a lhe proteger

Quando eu vim pra esse chão foi pra ser menestrel,

de viola, brasão e anel cruzei mares sertão

Com uma estrela do céu reluzindo no meu chapéu

Vim mostrar a beleza mas só vi tristeza

E essa estrela acesa virou na noite um fogaréu

Pra lutar contra o mal me tornei capitão

Paradel e punhal na mão pus em cada arraial

Uma estrela no chão com a ponta do meu facão

Nos campos de guerra lutei por meus irmãos

Por esta terra (Ogum Nhê) tombei na serra (Ogum)

Mas meu sonho não, Aruanda chamou

Eu virei Orixá Cavaleiro de Oxalá

Hoje sou defensor guardião do luar

Sou São Jorge, Ogum Beira-Mar

Beira-Mar auê Beira-Mar  Beira-Mar auê Beira-Mar (Ô Beira-Mar)

Beira-Mar auê Beira-Mar  Beira-Mar auê Beira-Mar (Ô Beira-Mar)

Beira-Mar, Beira-Maré tão bonito que ele é

Ele vem com a Mãe Sereia pra salvar filhos de fé

Beira-Mar auê Beira-Mar  Beira-Mar auê Beira-Mar (Ô Beira-Mar)

Beira-Mar auê Beira-Mar Beira-Mar auê Beira-Mar (Ô Beira-Mar)

É o riacho que corre pro rio (Beira-Mar)

É o rio que corre pro mar (Beira-Mar)

E no mar é morada de peixe

Quero ver quem vai brincar com as ondas do mar

Beira-Mar auê Beira-Mar  Beira-Mar auê Beira-Mar (Ô Beira-Mar)

Beira-Mar auê Beira-Mar Beira-Mar auê Beira-Mar (Ô Beira-Mar)

De dia raiando o sol, de noite raiando a lua

Saravá Exu Morcego saravá seu Tranca Rua

Beira-Mar auê Beira-Mar Beira-Mar auê Beira-Mar (Ô Beira-Mar)

Beira-Mar auê Beira-Mar Beira-Mar auê Beira-Mar (Ô Beira-Mar)

Na Aruanda ele é pequenininho mas na Umbanda ele é grande

Ogum venceu demanda vamos todos saravar!

Beira-Mar auê Beira-Mar Beira-Mar auê Beira-Mar (Ô Beira-Mar)

Beira-Mar auê Beira-Mar Beira-Mar auê Beira-Mar (Ô Beira-Mar)

Meu pai Xangô

Deixa essa pedreira aí

A Umbanda ta lhe chamando

Deixa essa pedreira ai

Xangô morreu com a idade

Morreu em uma pedra

Ele escreveu a justiça

Quem deve paga quem merece recebe

Xangô morreu com a idade

Na pedra ele escreveu

Justiça meu pai, Justiça!

Quem deve paga quem merece recebe

Xangô mora na pedreira

Ele manda relampejar

Kaô Kabiecilê meu pai Xangô

Kaô, Kaô Kabiecilê meu pai Xangô

O Xangô das colinas do alto da serra

Com sua licença,

suspende a bandeira vamos trabalhar

Eeê Xangô minha paz

Meu pai Xangô é que está no reino

Meu pai Xangô é Orixá

Olha seus filhos que pedem meu pai

Justiça e paz neste Conga

No alto daquela pedreira

Tem um livro que é de Xangô

Kaô, Kaô

Kaô Kabiecilê Xangô

Dono da justiça, Ó rei do trovão

Seu axé é machadinha

Xangô trás ela na mão

Ooô meu guia, o meu protetor

Ooô meu pai que nunca me abandonou

Quem rola as pedras na pedreira é Xangô

Vibrou na coroa de Zambi

Vibrou na coroa de Zambi

Vibrou na coroa de Zambi é Kaô

Quem é que vem lá de Aruandá

Quem vem para vencer demanda

Quem é que rola as pedreiras é Xangô

Fui colher um lírio branco

Nas pedreiras de Xangô

Trouxe também outras flores

Que meu pai abençoou

Quem gostar de lindas flores

E ainda não achou

Vá buscá-las com carinho

Na primavera de meu pai Xangô

Peço a Xangô

Seu Alafin seu Agodô

Me de maleme

Pai Xangô me de agô

Na sua fé Kaô eu vencerei

Pois nas pedreiras

Pai Xangô é sempre o rei

É Xangô, o general das pedreiras

É Oxum, rainha das cachoeiras

Xangô é rei

Xangô é rei Orixá

Está no reino

Dos filhos de Apará

Sentado nas pedreiras de Xangô (Kaô Kaô)

Eu fiz um juramento até o fim (Até o fim)

Se um dia me faltar A fé em meu senhor

Que role estas pedreiras sobre mim

Meu pai João Batista ele é Xangô (Kaô Kaô)

É dono do meu destino até o fim (Até o fim)

Se um dia me faltar A fé em meu senhor

Que role estas pedreiras sobre mim

Estava olhando as pedreiras

Quando uma pedra rolou

Ela veio rolando bateu em meus pés

E se fez numa flor

Quem foi que disse que eu não sou filho de Xangô

Ele mostra a verdade, atira uma pedra

ela vira uma flor

Toda a verdade tem justiça e proteção

Filho de pai Xangô ninguém joga no chão

Quem foi que disse que eu não sou filho de Xangô

Uma pedra atirada pra mim é uma flor

Saravá Xangô Agodô

Saravá a Coroa de Xangô

Afirma ponto nas pedreiras

Pra seus filhos pai Xangô

E no terreiro Saravá Babalaô

Saravá Xangô, Saravá Babalaô

Saravá Xangô, Saravá Babalaô

Saravá Xangô Agodô

Saravá o reino de Xangô

E no terreiro Saravá Babalaô

Saravá Xangô, Saravá Babalaô

Saravá Xangô, Saravá Babalaô

Meu pai Xangô já berimbou na aldeia

Ô Munhanha, ô munhanha ê, ô munhanha

Pedra rolou Pai Xango Lá nas pedreiras, afirma ponto caboclo nas cachoeiras Tenho meu corpo fechado, Xango é meu protetor Afirma ponto caboclo Pai de cabeça chegou

Oxossi na Umbanda é sincretizado por Saõ Sebastião, e na Bahia é sincretizado por São Jorge, ele é o senhor da caça e da fartura, sua saudação é “Okê Arô” ou “Okei Odê”

O portão da aldeia abriu Pra todos os caboclos passar É hora, é hora é hora Caboclo, É hora de trabalhar

Ilumina o mundo Helena Enquanto a lua não vem Helena Ela vem caminhando Helena Vem no passo da ema Helena

Ele atirou… Ele atirou e ninguém viu Senhor Oxossi é quem sabe Aonde a flecha caiu

Ó mar tão grande,

Que grande forças tem o mar Pisa N´areia caboclo,

É na areia seu Jurema O gira, gira mar sagrado, deixa girar

Meu passarinho azulão Quando voa não pousa no chão Mas que linda cabocla Jurema Tem peito de aço e bodoque na mão

Meu passarinho azulão Quando voa não pouso no chão Mas que linda cabocla Jurema Tem peito de aço e bodoque na mão Voou, voou meu passarinho azulão Voou, voou meu passarinho azulão Mas que linda cabocla Jurema Tem peito de aço e bodoque na mão O vento ventou lá nas matas As folhas caíram no chão O vento ventou, e as folhas caíram Caboclo espalhar folhas no chão Caboclo, que escreve na areia É Caboclo da Mata, ele não bambeia Ele não bambeia meu pai, ele não bambeia É Caboclo da Mata que veio na aldeia
Mas que Caboclo lindo que vem lá da Bahia Trazendo em suas mãos, três Ave-Marias Uma é pra lua… outra é pro sol… A outra guia é do Caboclo Girassol Oh Jurema preta, princesa rainha Dona da cidade que também é minha É dona do ae parrei do sol Dona da cidade que também é minha Saiu das matas coberta de folhas Chegou no terreiro, coberta de penas Solte os cabelos Cabocla Jurema Venha ver Oxossi aqui nessa aldeia Jurema, Jurema, Jurema! Linda cabocla filha de Tupi Com seu saiote, cheio de penas É a Jurema filha de Tupi
Eu tava na mata eu tava trabalhando Um lindo caboclo passou me chamando Eu vou eu vou… Onde ele mora Ele mora na mata de nossa senhora Eu tava no meu lajedo deitado sem trabalhar Foi quando eu olhei pro alto E eu vi a pomba voar (pega ela) Eu vi a pomba voar (pega ela) Senhor Oxossi fez uma caçada Caçou uma juriti a carne não deu pra todos As penas é pra dividir (uma por uma) As penas é pra dividir (uma por uma) Oxossi é rei de Cacarucaia Ele mamba na macaia ele é o rei do Juremá Eu vou chamar a linha dos seus caboclos Pra no terreiro seus filhos abençoar Oxossi é
Oxossi, Oxossi, Oxossi Rei da mata venceu demanda Oxossi ajuda seus filhos, pois Oxossi é rei da Umbanda Não bota fogo na mata Na mata tem morador Na mata mora um homem É Oxossi o caçador Se a coral é sua cinta A jibóia é sua laça O que zoa, que zoa, que zoa ê Caboclo mora é na mata Seu caçador na beira do caminho O não me mate essa coral na estrada Ela abandonou sua choupana caçador Foi no romper, da madrugada
Na sua aldeia, lá na Jurema É uma lei severa, é uma lei suprema Lá na Jurema… É uma lei severa, é uma lei suprema É uma lei severa, é uma lei sem pena Pisa Caboclo, aqui nessa aldeia Mostra o sangue que corre na veia Pisa Caboclo, aqui nessa aldeia Ela é minha, ela é sua, ela é de Pisa N´areia Ae caboclo, quando eu lhe chamo que demora é essa? Já vou meu pai, passei na mata pra apanhar minha flecha

Eu vi chover eu vi relampejar

Mas mesmo assim o céu estava azul

Tambor e pemba, folhas da Jurema

Oxossi reina De norte a sul

Olha o jureme, he, he olha o Jurema

Cadê sua bodoque, sua cobra coral

Sua cobra caninana, sua sucuri

Sua pintassilga, sua sabia

Deu uma volta na Jurema e torna a voltar

Maré encheu, maré esvaziou De longe bem longe eu avistei Iaiá Com sua palhoça, coberta de sapé Seu arco sua flecha sua cabaça de mé Ae laia, laia, laia eo

Auê Jussara, Bimba Jussara

Como vai você, Auê, Auê

Auê Bimba Jussara, Bimba Jussara

Eu vim aqui te ver, Auê, Auê

O Jurema Preta princesa rainha

Dona da cidade que também é minha

E dona do Auê paue dona da cidade

Que também é minha

Flechei, flechei lá na mata flechei Uma onça tenebrosa lá na mata flechei E lá na mata corre um bicho (é um sapeque) Mas eu não sei que bicho é (é um sapeque) Se o Caboclo é bom bate palma pra ele Saravá ele no pilão da aldeia

Oxossi he, Oxossi ha, Oxossi he

Marimbebe, Marimbeba

Ele é Caboclo, ele é flecheiro

Oi tumba na Kalunga É laçador de feiticeiro

Oi tumba na Kalunga Sua força ninguém tira

Oi tumba na Kalunga Só se Deus mandar tirar

Oi tumba na Kalunga Mas ele firma o seu ponto

Oi tumba na Kalunga Afirma ponto no terreiro

Oi tumba na Kalunga

Olha o Juremê Olha o Juremá Mas cadê o seu bodoque, sua cobra coral Sua cobra caninana, sua sucuri Sua pintasilva, sua sabiá Deu a volta na Jurema e torna a voltar Estava na beira do rio Quando minha jóia perdeu O mamãe cadê minha jóia, cadê? Que os caboclos da água me deu Ô Mãe, Ô Mãe, Ô Mãe Sereia Os caboclos da água, na areia Que veio sarava nessa aldeia Arrea Capangueiro Capangueiro da Jurema Arrea Capangueiro Capangueiro Jurema Se o seu pai é Oxossi Quero ver balancear Arrea, arrea capangueiro da Jurema O Jurema
Indaiá, Indaiá, Indaiá Indaiá vem das ondas do mar Indaiá, Indaiá, Indaiá Vem das ondas pra nos ajudar É cabocla Indaiá É cabocla de Yemanjá Chama os caboclos na mata para trabalhar Se a mata é muito alto caboclo vai derrubar Eles são dois irmãos amigos, Da tribo de Aimoré Oi Aimoré moré, moré Oi Aimoré moré, moré Oi Aimoré moré, moré é o rei Jurema, Jureminha, Oh Jurema! Essa cabocla de pena, firmou na jibóia sua lei é suprema!
Minha bandeira tem, tem vinte e seis estrelas Que representa a nossa pátria brasileira Caboclinho da mata virgem Plantou raiz nasceu flor, Plantou raiz nasceu flor O jibóia joga o laço de coro e dendê O que tem esse caboclo Que não quer descer? Mas ele que sim senhor Chama os caboclos na mata para trabalhar Se a mata é muito alto caboclo vai derrubar
Jurema, o jureme o jurema. É uma cabocla de pena, dos olhos cor do luar Rainha da cor morena Ela está neste conga Quando ela pisa nas folhas Ninguém ouve seu pisar É uma cabocla de penas… O Juremê, o Juremá Sua flecha caiu serena Jurema Dentro deste conga O Salve São Jorge Guerreiro Salve São Sebastião Salve a Cabocla Jurema Dando a sua proteção O Jurema!

As matas estavam escuras

Um anjo iluminou

No centro da mata virgem

Senhor Oxossi quem chegou

Mas ele é rei

Ele é rei, ele é rei

Oxossi é o rei

Na aruanda ele é rei

Os caboclos dançam, rodeando aldeia Rodeando aldeia, rodeando aldeia
Campestre verde, ó meu Jesus Vi Madalena prostrada, aos pés da Santa Cruz Pelos caminhos, que eu andei Mas foi lá em Belém que Jesus encontrei E os meus pecados, não são verdades Minha mãe é Madalena, meu pai é Jesus Que lindas noites, eu passava acordado Admirando Jesus, lá crucificado Pelas estradas, eu caminhava a pé Acompanhando Jesus, Maria e José Pelos campos mais verdes, que andei muitas vezes No mártir do calvário, era onde eu dormia Com as flores mais belas, que por lá nasciam Só que agora morriam, só porque Jesus Cristo Lá na Cruz padecia Toalha branca, ficou vermelha Com o sangue de Cristo que corria nas veias

Iemanjá é a rainha do mar, é sincretizada por Nossa Senhora dos Navegantes, Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora das Candeias, Nossa Senhora da Piedade e Virgem Maria dependendo da região, sua saudação é “Adoce Yá”

Iemanjá é a rainha do mar

Iemanjá é a rainha do mar

Salve o povo de aruanda

Salve a sereia do mar

Salve Oxossi, salve Ogum

Salve a rainha do mar

Na noite escura, o luar brilhou

Iluminando a imensidão do mar

E numa onda eu vi navegando

Senhora bonita Rainha do Mar

Mas ela é, mas ela é Iemanjá

Senhora bonita Rainha do mar

Mas ele é, mas ela é Iemanjá

Senhora Bonita Rainha do mar

Iê Iemanjá, Iê Iemanjá Rainha das ondas Sereia do mar Rainha das ondas Sereia do mar Mas como é lindo o canto de Iemanjá Faz até o pescador chorar Quem escuta mãe d’água cantar Vai com ela pro fundo do mar Eu fiu na beira da praia Pra ver o balanço do mar Eu vi um retrato na areia Me lembrei da Sereia., começei a cantar   Mãe Janaína vem ver, Mãe Janaina vem cá Receber as flores, que venho lhe ofertar  
Retira a Jangada do mar Mãe D´Água mandou avisar Que hoje não pode pescar Que hoje tem festa no mar   Le, le, le, le, le Yemanjá Ela é, Ela é a Rainha do mar Traz pente, traz espelho oh,oh Para ela se enfeitar, oh, oh Traz flores, traz perfumes Deixa tudo no mar Eram duas ventarola, eram duas ventarolas Venta aqui, venta acola Uma era Inhasã, Aueparrei A outra era Yemanjá, Adoce Yá Sereia Sereinha vinda das ondas douradas Sereia Sereinha vinda das ondas douradas   Aé Janaina como é linda sua chegada Aé Janaina como é linda sua chegada   Estava sentado na areia Fui ver o banlanço do mar Eu vi um retrato na areia Me lembrei da sereia, Comecei a chamar   Ó Janaina vem ver, Ó Janaina vem cá Receber as flores, que venho lhe ofertar
Salve a Sereia do mar Salve a Sereia Mãe Yemanjá   Com ser vestido azul a água reluz Com tanta beleza, encanta Jesus

Iansã é a senhora dos ventos, sincretizada por Santa Barbará, sua saudação é “Eparrei Oyá” ou “Eparrei Iansã”

Iansã é uma moça bonita

Mas ela e dona do seu jacutá

Parrei, parrei, parrei

Oh, mamãe de aruanda

Segura o terreiro, que eu quero ver

Eu vi Iansã menina saravando no conga

Salve seu leque de penas rainha do Jacutá

Iansã é muito linda mais que linda que ela é

Iansã vem no terreiro vem trazendo seu Axé

Iansã tem um leque que venta

Para abanar nos dias de calor

Iansã mora nas pedreiras

Eu quero ver meu Pai Xangô

Iansã dos cabelos loiros

No mar tem peixe na sua aldeia tem ouro

Adociaba, adociaba

Sarava Iansã da Pedra Dourada

Ventou mas que ventania

Ventou mas que ventania

Iansã é nossa mãe

Iansã é nossa guia

Olha a muzenza, etataê

Olha a muzenza, etataô

Ela é cabocla da moriganga, etataê

Olha a muzenza, etataô

Eram duas ventarolas, eram duas ventarolas

Venta aqui venta no mar

Uma era Iansã auê parrei

A outra era Iemanjá adociaba

Iansã do Keto ela é minha alôdo

Ela é minha alôdo ela é minha alôdoia

Oxum é a senhora das cachoeiras e dos rios, sincretizada por Nossa Senhora da Conceição, Nossa Senhora de Aparecida, sua saudação é “Aieeu mamãe Oxum”

Oxum senhora das Cachoeiras

Oxum venha nos proteger

Oxum levante a bandeira mamãe

Seus filhos de pemba vem ver

Eu vi mamãe Oxum das Cachoeiras

Sentada na beira de um rio

Colhendo lírio, lírio he, Colhendo lírio, lírio ha

Colhendo lírio pra enfeitar nosso conga

Aieie, aieie mamãe Oxum

Aieie, aieie mamãe Oxum

Aieie, mamãe Oxum

Aieie Oxum marê

Se mamãe iei, iei, ieia

Se mamãe iei, iei, ieia

Aparece quando o sol raiar

Aparece quando o sol raiar

Nas cachoeiras de Mamãe Oxum

Correm águas cristalinas de meu Pai Ogum

Meu Pai Ogum ele vem lá de Aruanda

Ele criou as cachoeiras que Oxum abençoou

Mandou pedir proteção a Oxalá

Pra banhar nas suas águas

Todo o ma ela levar

Ai quem me dera sonhar,

Ai quem me dera sonhar

Com a quartinha de ouro da Oxum Apara

He emoriô, emori pao

He emoriô, emori pao

O menina, o menina

Ieie Oxum da Mina

 

Nanã é a avó, sincretizada por Santa Ana e sua saudação é “Salubá Nanã Borukê”

Nanã é a mãe dos orixás

Está na terra ma cachoeira e no mar

Eu vou pedir a boa Nanã

Que nos proteja e abençoe este conga

Salve Nanã salve senhora das águas

Salve Nanã que chegou de Aruanda

Salve Nanã com seu poder e bondade

Salve Nanã kakarukaia de Umbanda

Nanã é minha avó, é minha avozinha

Mãe de Obaluaê, mas também é minha

O Nanã que já Ossi, Alodê O Nanã que já sido, Alode  
São flores Nanã são flores, são flores Nanã Buruque São flores Nanã são flores, de seu filho Obaluayê   Nas horas de agonia, quem sempre vem me valer É seu filho Nanã, é meu pai, ele é Obaluayê   A Senhora Sant’Ana, é Nanã Buruque Ela á mãe dos Orixás, São Roque é Obaluayê Eu vi Nanã , sentada na beira do poço Senhora Sant’Ana, com seu manto Divina Nanã, oh divina Nanã Venha nos ajudar   Eu vi Nanã eu vi Senhora Sant’Ana Buruque Saluba Eu vi uma senhora lá na beira da lagoa De longe ja se via o brilho de sua coroa   Era Nanã Buruquê, Lavava o manto de seu filho Oxumarê Nanã, Nanã, Ela é Nanã Buruquê Nanã, Nanã, Ela é Nanã Buruquê   A sua saia é roxa, a sua cinta é de sapê A sua saia é roxa, a sua cinta é de sapê
Se Ela é minha mãe, é Nanã Buruquê Mas Ela é o orixã mais antigo do Ceú   Nanã, Nanã Buruque, Quem é seu filho, agora eu quero ver Cubra com véu Nanã, cubra com véu Nanã Cubra com véu Nanã Buruquê   As chagas dos seus filhos, Só a senhora pode ver   Ela entrou nas matas, e as matas lhe curou Hoje é Orixá e Deus abençoou Atraca atraca que ai vem Nanã ê ê Atraca atraca que ai vem Nanã ê êá   É Nanã, e Oxum, É a sereia do mar, ê á   Elas vem neste conga, para abençoar Elas vem neste conga para saravar   O mar roncava, entre as pedras se batia Ao gemida da Mãe d’água, A sereia respondia   São flores, são flores São flores Nanã Buruquê Que eu vim lhe oferecer
  Nanã é minha vó, e minha avozinha, Mãe de Obaluayê, mas também e minha   Ô Nanã que já ossi, Alodê ô Nanã que já sidó, Ladeô Nanã é a mãe dos Orixas, Está na terra, na cachoeira e no mar   Eu vou pedir a boa Nanã Que nos proteja e abençoe este conga  
Obaluaê, é representado por São Lazaro e Omolu por São Roque, é o senhor da terra e da doença, sendo que a doença ele traz e cura, sua saudação é “Atotô Baluaê” ou “Salve Omolu”  

Quem vê um Velho

No caminho pede abenção

Oi abenção Baluaê,

Oi abenção Baluaa

Velho Omolu veio de ronda de aruanda

Abenção meu pai

Proteção para nossa banda

Baluaê é um santo valente

Levanta quem está deitado

E cura quem está doente

Preto Velho foi o fundador da umbanda como citado em tunsc.com.br/umbanda/pgumb_nasc, não há sincretismo desta entidade e sua saudação é “Adorei as Almas”

Minha cachimba ta no toco,

Manda moleque buscar

No alto da derrubada

Minha cachimba ficou lá

Ai preto velho que judiação

Ai preto velho que judiação

Nas mãos de homens cruéis

Sem amor, sem coração

No dia 13 de maio, senzala toca tambor

No dia 13 de maio, senzala toca tambor

Samba negro, branco não vem cá

Se vier, caridade vai levar

A fumaça do cachimbo do preto

Sobe pro alto só não vê quem não quer

A mironga de preto velho

Ele esconde é debaixo do pé

Cativeiro, cativeiro, cativeiro, cativeiro

Cativeiro, cativera, auê meu cativeiro

Cativeiro, cativera, auê meu cativeiro

Vovó não quer casca de coco no terreiro

Vovó não quer casca de coco no terreiro

Que é pra não lembrar

Dos tempos do cativeiro

Que é pra não lembrar

Dos tempos do cativeiro

Preto Velho andou, andou

Ele andou sem descansar

Ele andou setenta léguas

Pra chegar neste conga

Cambinda mamãe he, cambinda mamãe ha

Segura o terreiro que eu quero ver

Seu filho de pemba, não tem querer

Cosme e Damião e Doun representa as crianças, sincretizados com Cosme e Damião, Doun representa as crianças, sua saudação é “Ami beja”, esta casa realizada no penúltimo domingo de setembro a Festa em Louvor a São Cosme, São Damião e Doun e no dia 27 de setembro a Festa espuritual na casa.

Cosme e Damião

 

Sua santa já chegou

Ela veio do fundo do mar

Santa Bárbara foi quem mandou

Dois, dois Sereia do mar

Dois, dois Mamãe Iemanjá

Cosme e Damião

Damião cadê Doun

Doun foi passear

No cavalo de Ogum

Dois, dois Sereia do mar

Dois, dois Mamãe Iemanjá

Cosme e Damião

Damião cadê Doun

Doun foi apanhar flores

Na roseira de Oxum

Dois, dois Sereia do mar

Dois, dois Mamãe Iemanjá

Eu vi Doun na beira d´água

Comendo arroz, bebendo água

Eu vi ( nome ) na beira d´água

Comento arroz, bebendo água

Dei uma volta pelo rio do Amazonas

Lá encontrei São Cosme, São Damião

Toquei viola para eles dançarem

Só entra nesta roda quem sabe cantar

Ciranda cirandinha, vamos todos cirandar

Vamos dar a meia volta

E bater palmas a Oxalá

Tem paciência dois dois

Que eu dou camisa azul

Tem paciência dois dois

Que eu dou camisa azul

Que é para o ano que vem,

Dois dois comer caruru

Que é para o ano que vem,

Dois dois comer caruru

O que faz Preto velho na Umbanda

Preto velho é benzedor

O que faz os anjinhas na Aruanda

Coroam o trono de Nosso Senhor

Bahia é terra de dois

 É terra de dois irmãos

Governador da Bahia

É São Cosme e São Damião

Criança feliz, feliz a cantar

Alegre a embalar seu sonho infantil

O meu bom Jesus, que a todos conduz

Olhai as crianças do nosso Brasil

Criança com alegria,

Qual um bando de andorinhas

Viram Jesus que dizia,

Vinde a mim as criancinhas

Hoje no céu um aceno,

Os anjos dizem amém

Porque Jesus Nazareno,

Foi criancinha também

A Raio é linda, a Raio é bela, Corta o céu sem nuvem da primavera

Eu quero doce mamãe, eu quero bala

Eu quero açúcar pra passar na sua cara

O navio apitou, vem cheio de bandeirinhas

Lá vem Cosme e Damião,

Lá vem as criancinhas

A linha da Bahia é uma linha intermediária de umbanda com a alegria e irreverencia dos baianos, não há sincretismo desta linha, por ter nascido aqui no Brasil e exclusivamente na Umbanda.

Bahia ou África

Vem cá, venha nos ajudar

Força Baiana

Força Africana

Força Divina

Vem cá, vem cá

Baiano bom, baiano bom

Baiano bom, é o que sabe trabalhar

Ele sobe no coqueiro

Pego o coco, desce o coco

Bebe a água e bota o coco no lugar

Na Bahia tem baiano que sabe ler

Mexer com quem ta quieto

E coisa que não pode ser

Ele joga pó de pemba e tu morre sem saber

Lhe chamam de criminoso,

Mas não podem o prender

A menina do sobrado

Me chamou pra seu criado

Eu mandei dizer a ela

Que gosto do samba arrochado

Auê seu baiano que samba arrochado

O Bahia, Sergipe e Paraná

Quem brinca com baiano

Tem guerra pra guerrear

Baiano é mau que nem surucussu o ganga

Meche com ele ganga

Baiano zanga

Se ele é baiano agora que eu quero ver

Comer pimenta da costa

Com azeite de dendê

Fui na Bahia visitar as cachoeiras

Oi tu não brinca com baiano

Baiano não é brincadeira

Baiana saia rendada

Tabuleiro de acarajé

A baiana ta requebrando

Como samba no candomblé

Ô, ô, ô Bahia

Bahia de Nosso Senhor

Ô, ô, ô Bahia

Peça a Oxalá por mim

Bahia, Bahia

Terra de São Salvador

Quem nunca foi a Bahia

Peça a Deus Nosso Senhor

Oi na Bahia tem

Diz que tem ouro bom

Oi que tem ouro bom

Macumba ioio

 

Boiadeiro, é uma linha intermediária não tem sincretismo e são um povo mais de campina e muito alegre mas…, sua saudação “Jetuá Boiadeiro”

Bóia boiadeiro

Boiadeiro bóia

Se eu contar minha vida

O boiadeiro chora

Seu boiadeiro por aqui choveu

Seu boiadeiro por aqui choveu

Choveu, água rolou

Foi tanta água que nadou

Ele é boiadeiro Navila

Ele é boiadeiro Navila

Ele é cacique

Ele é boiadeiro Navila

Nas tranças dos seus cabelos

Eu bebi água de gravatá

Eu bebi água de gravatá

Seu boiadeiro, eu bebi água de gravatá

Foi neste passo que

Eu sai da minha aldeia

Montado em meu cavalo

Com meu chapéu de lado

Quando eu saia minha

Mãe me abençoava

Seu boiadeiro nasceu em Roma

Em Roma nasceu o Messias

Seu boiadeiro foi batizado

Por que Deus viu que ele merecia

Meu Deus que barulho

É este em cima do tabuleiro

Não é vento não e nada

É samba de boiadeiro

A menina do sobrado Não penteia seus cabelos Ela fica na janela Namorando o Boideiro

Quando nesta casa entrei eu louvei Maria

Eu louvei Seu Santo nome

Eu louvei a luz do dia

Quando nesta casa entrei

Eu louvei a cumieira eu louvei ogã da casa

Eu louvei família inteira

Louvei, louvei, bendito seja louvado

Louvei, louvei seja Deus Abençoado

 
Cancela bateu, chicote no ar cantou Cancela bateu, chicote no ar cantou Se alevanta minha Gente Boiadeiro aqui chegou A lua nova a estrada clareava Quem toma conta e da conta No romper da madrugada Há três coisas neste mundo Que o homem se aperreia Uma é mula manca, o dinheiro e mulher feia Mas nas três eu dei um jeito, Ouça lá a minha história Mula manca eu vendi, O dinheiro vem na hora Mas a pobre mulher feia Eu tive que jogar fora A mulher e a galinha São dois bicho interesseiros A galinha pelo minho E a mulher pelo dinheiro E a mulher pelo dinheiro

Cangaçeiro, é uma linha intermediária, são povos alegres, porém o cangaçeiro é mais fechado e brinca pouco, não ha sincretismo e sua saudação “Jetuá Cangaceiro”

Olê muiê rendeira, Olê muiê renda

Tu me ensina a fazer renda

Que eu te ensino a namorar

Muiê de cangaceiro

Não tem medo de nada não

Quando ela vê o perigo

Sai rolando pelo chão

Bota o dedo no gatilho

Bota e mira no coração

Tenente perde a patente

Coronel perde o galão

Oi quanta abóbora madura

Eu não tenho farinha

Ai eu perdi minha faca

E só fiquei com a bainha

É lampa, é lampa, é lampa

É lampa, é lampa, é lampião

Seu nome é Virgulino

Apelido Lampião

Acorda Maria Bonita

Levanta vai fazer o café

Que o dia já vem raiando

E a polícia já esta de pé

Se eu soubesse que chorando

Empato a sua viajem

Meus olhos eram dois rios

Que não lhe davam passagem

Acorda Maria Bonita

Levanta vai fazer o café

Que o dia já vem raiando

E a polícia já esta de pé

Cabelos pretos anelados

Olhos castanhos delicados

Quem não ama a cor morena

Morre cego e não vê nada

Marinheiro é um povo da beira do mar, é uma linha intermediária, são estrovertidos e brincalhões, mas atuantes, não há sincretismo e sua saldação “Jetuá Marinheiro”

Se eu tivesse um amor

Se eu tivesse um amor

Eu parava de beber

Eu parava de beber

Mas como eu não tenho amor

Como eu não tenho amor

Eu não paro de beber

Eu não paro de beber

Marinheiro deu um nó

Na tristeza que eu tinha

Marinheiro deu um nó

Na tristeza que eu tinha

Marinheiro bebe

Ele bebe, ele fuma

Mas na hora da macumba

Marinheiro e quem faz

Seu marinheiro o que traz nesta canoa

Eu trago ouro eu trago prata

Seu marinheiro o que traz nesta garrafa

Eu trago a boa cachaça

Eu vivo no sereno

Bebendo pela noite adentro

Meu nome é Severino

Meu apelido é Moreno

Eu não sou daqui, marinheiro só

Eu não tenho amor, marinheiro só

Eu sou da Bahia, marinheiro só

De São Salvador, marinheiro só

O marinheiro, marinheiro, marinheiro só

O quem te ensinou a nadar, marinheiro só

O foi a pinga do barril, marinheiro só

O foi o balanço do mar, marinheiro só

Lá vem, lá vem, marinheiro só

Todo de branco, marinheiro só

Mas ele vem faceiro, marinheiro só

Com seu bonezinho, marinheiro só

Cirandeiro, Cirandeiro ô

Cirandeiro, Cirandeiro ô

A pedra do seu anel

Brilhar mais do que o Sol

A pedra do seu anel

Brilhar mais do que o Sol

Jangadas ao mar

Pra pegar lagosta

Pra levar a festa em Jaboatão

Vamos preparar lindos adereços

Pra comemorar a libertação

Marinheiro, marinheiro

Sua hora já chegou

Vou embora pro terreiro

Vou saldar babalaô

   

Zé Pilintra seria o malandro e bom vivan, é uma linha intermediária, protetor dos médiuns, não tem sincretismo, sua saudação “Salve Seu Zé”

Com seu chapéu de lado

Com seu lenço no pescoço

Zé Pelintra vem em terra

Pra dizer Boa Noite moço

Oi pra dizer Boa Noite moço

Zé Pelintra, Zé Pelintra

Boêmio da madrugada

Toma conta, presta conta

No romper da madrugada

Ele é seu Zé Pelintra,

Cabra do chapéu de lado

Quem mexer com Zé Pelintra

Ou ta doido ou ta danado

Seu doutor, seu doutor, caro senhor

Zé Pelintra chegou, caro senhor

Chegou na hora de Deus, caro senhor

Cigano é uma entidade muito alegre e ordeira, não há sincretismo, sua saudação “Salve Cigano” ou “Optcha”

A linha de ciganos seus violinos vem tocar

Suas canções são lindas faz a gente chorar

Caminham de mansinho

Andando a beira mar

Saudando Mamãe Sereia

E a nossa Mãe Iemanjá

Na ilha de Taquara, tem baiano,

Tem cigano, tem índio pra me ajudar

Me ajuda taquara, me ajuda taquara,

Me ajuda taquara, me ajuda taquara

Sou cigano, sou menino

Venho aqui para trabalhar

Sou cigano, sou menino

Da linha de Iemanjá

Exu na Umbanda são espíritos em evolução e vem trabalhar para se elevarem, sua saudação “Larôie Exu” ou “Exu Emojubá”

Exu da meia-noite

Exu da madrugada

Salve o povo da Umbanda

Sem Exu não se faz nada

Deu meia-noite

Quando o malvado chegou

De cartola e de bengala

Dizendo que era doutor

Exu é do quere que que

Na hora grande é que eu quero ver

Exu é do romper da aurora

Seu (nome do Exu) é quem comanda agora

Você me disse

Que não sabe onde ele mora

Você me disse

Que não sabe onde ele mora

Vá na encruza, que ele esta a toda hora

Seu Tranca Ruas chorou

Chorou mas não se arrependeu

Ele matou o seu patrão

Numa linda gargalhada

Sexta-feira da Paixão

O sino da igrejinha

Faz Belém, blem blom

O sino da igrejinha

Faz Belém, blem blom

Deu meia-noite o galo já cantou

Seu Tranca Ruas que é dono da gira

Oi corre gira que Ogum mandou

Calunga é um buraco fundo

Mina do ouro mandou me chamar

Se a Pombo Gira é rainha do mundo

Exu é rei em qualquer lugar

Eu fui no cemitério pra catar tesouro

Seu Exu me deu risada

Os dentes eram de ouro

Deu meia-noite

Cemitério treme

Catatumba racha

E o defunto geme

Botei na encruzilhada uma panela pra Exu

Galinha preta, farofa amarela

Pescoço de pato e pena de urubu

Quem nunca viu venha ver

Caldeirão sem fundo ferver

Exu pediu eu vou dar

Caldeirão sem fundo pra cozinhar

Deu uma ventania o ganga

Que vem do pé da serra

É Exu (nome) quem

Vem girar na terra

A Pombo Gira, é o espirito feminino em busca de evolução, sua saldação “Salve a Pombo Gira” ou “Laroye Pombo Gira Emojubá”

A Pombo Gira embaixo de uma limeira

Ela sambava encima de uma fogueira

A Pombo Gira deu uma gargalhada

Ela vê seus inimigos lá na sua encruzilhada

Dona Pombo Gira vem toma chocho

Dona Pombo Gira vem toma chocho

Dona Pombo Gira é a rainha real

Dona Pombo Gira é a rainha real

O moça me de um cigarro do seu pra fumar

Pois nem dinheiro eu tenho pra comprar

Vivo sozinho eu vivo na solidão

O Pombo Gira me de sua proteção

Pombo Gira tem uma saia

Na barra tem sete nós

Pergunte ao inimigo

Quanto custa cada no

Saia da laia e de Pombo Gira

É de Pombo Gire para que eu não caia

Saia da laia e de Pombo Gira

É de Pombo Gire para que eu não caia

He Pombo Gire, Pombo Gira he

He Pombo Gire, Pombo Gira he

Olha a Pombo Gire, olha a Pombo Gira

O Pombo Gira eu preciso de você

O Pombo Gira eu preciso de você

Vamos jogar o jogo da amarelinha

Se eu perder você me ganha

Se eu ganhar você é minha

Foi uma rosa que eu peguei na encruzilhada

Foi uma rosa que eu peguei no meu jardim

Maria Mulambo Pombo Gira mulher

Maria Padilha ela é mulher de Lúcifer

Ae Pombo Gira, ae Pombo Gira

Ae Pombo Gira vamos trabalhar

Ae Pombo Gira, ae Pombo Gira

Muita saúde para quem precisar

Ae Pombo Gira, ae Pombo Gira

Leva todas maldades pro lado de lá

Exu Mirim são espiritos de crianças de 7 a 17 anos que precisam evoluir, sua saudação “Laroye Exu Mirim”

Mirim não é criança

Que se engana com tostão

Só se lembra dos Mirins

Na hora da precisão

O meu senhor das almas

Não faça pouco de mim

Ele é pequenininho

Ele é o Exu Mirim

Ele é Toquinho Mirim das Sete Encruzilhadas

Ele gosta de maldade

Bem apimentada

Calunga é um buraco fundo

Mina do ouro mandou me chamar

Se a Pombo Gira é rainha do mundo

Mirim é príncipe em qualquer lugar

Esta página tem como objetivo mostrar os cantos dos principais Orixás da casa, o Hino de louvação da casa

Hino da casa

Este hino foi composto por Antonio Colaço no ano de 1979, por ocasição da inauguração da sede definitiva do Templo na Rua Maria Clara Tavares, 211 no Parque Residencial Casa Branca em Suzano.

Na imensidão do céu azul eu vi voando

Um lindo pombo que passava arrebanhando

Lindas estrelas que estavam a iluminar

A nossa aldeia e os filhos de Oxalá

Vi em seu bico a esperança e o amor

Naquele galho de oliveira que trazia

Em nosso teto a divindade pousou

E todos nós cantamos com muita alegria

Eu sou de fé, por isto eu estou de branco

Qualquer caminho vou seguindo e vou cantando

Em mim não há nem maldade nem tristeza

Foi meu pai Pisa N’Areia quem me deu essa riqueza

 

O caboclo Pisa N’Areia, entidade chefe da casa, teve muiitos pontos feitos por filhos e ou freqüentadores da casa para serem entoados pelos filhos no dia 21 de abril (data de seu aniversário) e que a casa também homenageia a todos os que participaram da festa em louvor a São Cosme, São Damião e Doun do ano anterior e a autoridades presentes na casa neste dia.

Com o desencarne de Mãe Natália em 12/10/2018, assume a dirigencia espiritual Mãe Regina de Iemanjá e o Caboclo Rompe Mato na Umbanda e Mãe Regina de Iemanjá também assume os trabalhos de camdomblé do Ile Ase Omim D’Osun.

(1981)

Pisa N’Areia hoje está fazendo anos

E nos estamos aqui para te saudar

Nos somos a família do amor

Formando a corrente de Oxalá

Foi o senhor meu pai

Que me ensinou o caminho certo a seguir

Não sei como te agradece

Por isso eu estou aqui

O seu sorriso amigo me consola

Sua palavra para mim é um conselho

Quero abraçar-te o meu pai agora

Quero cair em tua frente de joelhos

Sinto vontade pai de te abraçar

E sentir o poder da sua benção

Foi os seu braços pai que muitas vezes

Me sustentou nas horas da minha aflição

Nos os seus filhos hoje reunidos

Vamos fazer desta data um lindo dia

Porque hoje completa mais um ano

Que o senhor vem nos trazendo alegrias

(1982)

Pisa N’Areia que esta sempre ao meu lado

Eu deveria era dizer muito obrigado

Porque tu fostes, tu serás o meu soldado

Pai observando esse seu jeito carinhosos

Vejo a imagem que a imaginação me dá

De um homem forte bem valente e poderoso

Que me dá forças pra sorrir e pra cantar

Pai por muitas vezes sei que para ti pequei

Mas sua calma, seu carinho e compreensão

Me faz pensar, me faz voltar onde eu errei

Purificando minha alma meu coração

Querido pai, igual você sei que jamais encontraria

Por isso sempre em sua data natalícia

Me dá vontade de explodir de alegria

Por que eu sei, que mais um ano comigo você passou

Me ensinando o caminho verdadeiro

Que leva aos pés de Oxalá nosso senhor

(1983)

Caboclo mais um ano passa

E eu estou aqui cantando

Sempre fostes meu soldado

E sei que ainda vais ser por muitos anos

Caboclo seu sorriso é lindo

Na sua voz eu escuto uma canção

Sua palavra me ensina o bom caminho

Que leva todos ao sagrado coração

Caboclo esta sua calma

Me da a certeza que eu tenho um grande pai

Que guarda e protege minha alma

Tirando a dor com o balsamo da paz

Caboclo sua luz clareia

Tirando as travas do meu coração

Seu nome que é Pisa N’Areia

Eu sempre chamo quando sinto a escuridão

Meu pai este dia é todo seu

É o seu aniversário e eu quero cantarolar

Pisa N’Areia hoje está fazendo anos

Mais um ano de alegria

Para a gente festejar

(1984)

Caboclo mais um ano se passou

É ao seu lado aqui eu estou

Para dizer-te e agradecer

Por tudo aquilo que você me ensinou

Dizer-te que contigo eu aprendi

A amar Jesus Nosso Senhor

Que é filho de Deus o criador

E a Umbanda que é paz e amor

Agradecer pela estrada percorrida

De rosas, cravos e jasmins

Às vezes salpicada de espinhos

Mas compensada pelo seu amor em fim

Pai nem sempre faço tudo aquilo que me dizes

Mas sempre te trago em meu coração

Alegro-me por ser um filho teu

E esta bandeira eu trago sempre em minha mão

Amo a ti, mas tu sempre me diz

Ame primeiro a teu irmão

Pratique sempre a caridade

E tenha Cristo sempre em teu coração

(1985)

Irmão de fé vamos ficar reunidos

E entoar um novo canto de alegria

Vamos tirar de cada verso uma poesia

E renascer com o raiar de um novo dia

E mostraremos ao Pai Pisa N’Areia

Que aprendemos muito do que ele ensinou

E que sabemos que o clarão da lua cheia

Também nos guia na estrada do amor

Irmão de fé vamos cantar parabéns

Para o Caboclo que só quer o nosso bem

E ofertar para ele o coração

E de mãos dadas vamos lhe pedir perdão

Que há momentos de fraqueza nesta vida

Todos sabemos e disso ninguém duvida

Mas para quem tem o Pai Pisa N’Areia

Se sente forte e nesse mundo não vadeia

Nos conhecemos a nossa mãe natureza

O céu, a terra, as matas e as cachoeiras

Sabemos que tudo pertence aos Orixás

Mas tudo vem do criador Pai Oxalá

Hino exaltando a casa e o caboclo Pisa N’Areia

Quando Oxalá levantou sua bandeira

Quando o Divino bateu asas no conga

Olhei ao céu vi uma estrela correr

E nas pedreiras eu vi pedra rolar

Vi os anjinhos sentados na areia

Quando a Sereia começou a cantarolar

E no seu canto ela sempre dizia

Que só queria ter asas pra voar

Para ir ao céu buscar a estrela que brilha

Pra Pisa N’Areia enfeitar o seu conga

Pisa N’Areia ele vem do arerê

Trazendo a espada pra seus filhos abençoar

Mas ele vem é com a força de Zambi

Oi sarava Pisa N’Areia no conga

Ogum Rompe Mato (novo dirigente espiritual)   Que caboclo lindo que vem do Humaíta Rompe Mato abre caminhos Pra chegar neste conga   General de Umbanda Com a benção de Oxalá Rompe Mato de Aruanda Vem seus filhas abençoar
Aruanã ( Oxossi ) Rosa Funda ( Cigana )

Tribo dos Carajás, noite de lua cheia Aruanã

Menina moça é quem manda na aldeia

A tribo dança é o velho chefe pensa em sua gente

Que era dona deste imenso continente

Onde sonhou conviver com a natureza

Respeitando o céu, respirando o ar

Pescando nos rios, e nadando no mar

Estranhamente o homem branco chegou

Pra conquistar, pra progredir, pra desbravar

E o índio cantou o seu canto de guerra

Não se escravizou mas esta sumindo da face da terra

Aruanã, Aruanã Açu, é a grande festa

Do povo do Alto Xingu

Aruanã hê, hê, hê, Aruanã hê, hê, ha

Ele é caboclo que só veste pena

Ele mora na mata, ele mora no mar

 

Vinha caminhando a pé

Para ver se encontrava

Uma cigana de fé

Ela parou e leu minha mão

E o que ela disse foi a pura verdade

Eu só queria saber se ela era

A Rosa Funda cigana de fé

O Rosa cigana divina

A deusa encantada

Traz no seu colar a segurança

Ele tem sua estrada marcada

Caminhou em tapete de flores

E nem sequer se abalou

Deixou seus filhos lhe esperando

Para cumprir com a sua missão

Ela é cigana, ela é de fé

A Rosa Funda Cigana

É para quem vier

Pai Malaquias ( Preto-Velho )      

Preto velho Malaquias,

Preto velho mirongueiro

Preto velho nesta terra

Trabalhou como cozinheiro

Mas na linha de Cambinda

Ele comanda este terreiro

 

Aqui alguns pontos de abertura e fechamento dos trabalhos

Abertura

Eu abro a nossa gira

Com Deus e Nossa Senhora

Eu abro a nossa gira

Sambore pembas de angola

Nossa gira esta aberta

Com Deus e Nossa Senhora

Nossa gira esta aberta

Sambore pembas de angola

Vou abrir minha jurema

Vou abrir meu jurema

Com a licença de Mamãe Oxum

E de nosso Pai Oxalá

Já abri minha jurema

Já abri meu jurema

Com a licença de Mamãe Oxum

E de nosso Pai Oxalá

Dá licença Jesus de Nazaré

Dá licença queremos trabalhar

Dizem que a Umbanda tem mironga

Tem mironga, Preto velho tem conga

Oh Xangô das colinas

Do alto da Serra

Suspende a bandeira

Vamos trabalhar

Hê, hê Xangô minha paz

hê, hê Xangô minha paz

Fechamento

Fechamos a nossa gira

Agradecemos de coração

Ao nosso Pai Oxalá

Por ter cumprido

A nossa missão

Aqui alguns pontos a serem cantados quando se bate a cabeça

Bate a cabeça

Bate com fé

Peça para ( santo )

Ele dá o que você quer

Vamos bater a cabeça

Em nome de Pai Oxalá

Para saldar o nosso terreiro

Para saldar a nossa Babá

Oi pra você que é filho de pemba

Oi pra você que é filho de fé

Ora bate a cabeça

Peça a ( santo )

O que quiser

Oi só bate a cabeça

Filho de Umbanda

Saudai Oxalá

E a sua banda

A lua lá no céu brilhou eu bati a cabeça

Pra meu Pai Xango

 Ô, Ô, Ô, vamos  sarava nosso Pai Xango

Se a lua nasce por de trás daquela serra

Iluminando Pai Xango lá nas pedreiras

Bate a cabeça filho de fé

E peça a Pai Xango o que quiser

EKEDY ( CAMBONE )

Nossa ekedy vai bater a cabeça

Em nome de Pai Olorum

Ela vem conduzindo esta casa

Junto com meu pai Ogum (santo da casa )

Vamos todos os filhos

Saudar Mamãe Oxum (santa da casa)

Vamos pedir a benção

A ekedy de Oxum

IAÔ (Pai Pequeno)

Vai, vai, vai

Vai na fé de Nosso Senhor

Vai bater cabeça Iaô

Pai Ogum mandou

OGÃS

O meu ogã, meu ogã de lei

A estrela que brilhou

Mais alto lá no céu

É meu ogã de lei

 

Visita de Babá ou Babalaô

A babá veio de longe

Ele vem nos visitar

Sarava o seu terreiro

Sarava seus Orixás

 
BABALAÔ  

Auê babá, babá é de orixá

Auê babalaô, babalaô é de orixá

BABÁ

Embala eu babá, embala eu

Embala eu babá, embala eu

Sarava (orixá chefe)

Salve a todos orixás

Sarava nossa babá

Com as forças de Oxala

Nesta pontos para celebrações

Batizado

Jesus batizou João

João batizou Jesus

Em nome de Oxalá

(nome do caboclo)

vai lhe batizar

Nas água do rio Jordão

Xango de Agodô

Em nome de Oxalá

( nome do caboclo )

lhe batizou

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